LAMBER A LÍNGUA - CAETANO 80

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Este livro reúne as conferências apresentadas no simpósio Lamber a língua: Caetano 80 anos, realizado no Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em 8 de agosto de 2022 – um dia após Caetano Veloso completar seu octogésimo aniversário. No evento, celebravam-se não só a vida e a obra de Caetano, como também o retorno aos encontros acadêmicos presenciais (para muitos, o primeiro desde o início da pandemia). As marcas do tempo presente despontam em algumas dos textos: isolamento, lives, desgoverno.

Aniversário é momento de celebração de um “eu”. É o dia em que cada um é o Sol, festejando seu brilho de gente. Para Caetano Veloso, essa encarnação solar não se limita ao dia de seus anos. De sua vida e obra emanam muitas luzes e reflexos, sons e palavras a serem mirados. Em uma das mais célebres homenagens ao artista, sua figura é evocada no ícone dos caracóis de seus cabelos, imagem cravada por Roberto Carlos. As voltas entrecruzadas dos caracóis caetânicos podem ser associadas aos movimentos deste livro: espirais em que diferentes perspectivas lançam olhares singulares, que se entrecruzam, provocando reverberações entre si.

Os artigos estão organizados sem hierarquia, apresentados pela ordem alfabética dos nomes de seus autores. Mas o acaso, como no kaos de Mautner, costuma propor as mais interessantes harmonizações.

Todo disco começa pela capa, apreensão visual que costuma anteceder a audição e segue impregnada à nossa relação com a obra. E é sobre as capas de Caetano que versa o primeiro artigo, de Aïcha Barat. As multifaces das imagens sinalizam para as muitas faces do camaleão inquieto. O elemento visual provoca o sonoro, e o som de Caetano talvez só exista porque um dia ele conheceu Gilberto Gil. A celebração de um “eu” não se faz sem aqueles com quem canta: eis o mote para o artigo de Chris Fuscaldo, que aborda as singularidades da amizade entre Caetano e Gil, enriquecida por trechos de entrevista de Caetano à autora. No terceiro texto, o tempo volta, enquanto avança, no estudo de Ênio Bernardes de Andrade sobre a educação sentimental de Caetano Veloso, em sua formação lírica e auditiva, construída na infância em Santo Amaro, entre o rádio, os discos e as vozes da casa. O melhor o tempo esconde.

O Caetano formado nos sons vocais e midiatizados de sua terra desdobra-se, em artigo de Júlio Diniz, no papel de intérprete do Brasil, inserido em um contexto social do pensamento brasileiro que aproxima o olhar crítico de Caetano ao de sociólogos e historiadores, como Sérgio Buarque e Gilberto Freire. No próximo salto, o Caetano compositor e ouvinte de canções se converte em musa, cantada em letras de diferentes compositores e intérpretes desde o final da década de 1960, no levantamento crítico proposto por Leonardo Davino de Oliveira. Márcia Cristina Fráguas, por sua vez, aproxima o Caetano do exílio ao Caetano dos anos 2020: voltas do passado no presente que focalizam os ires e vires dos caracóis, inclusive em suas adversidades. Esse movimento é iluminado por trecho de entrevista inédita concedida por Caetano à autora.

O exílio segue como farol em texto de Mateus Baldi sobre o álbum Transa, navegado como um disco-mapa. As vozes e direções não são unívocas, mas partem de um mesmo Sol, ou um mesmo Sul, a partir do conceito de sulear, contraposição à hegemonia do hemisfério Norte. Outro disco serve como ponto de luz no artigo de Rafael Barbosa Julião: é a vez Bicho abrir os sentidos para o rebolado do desbunde, pelo qual a canção invade a cidade, entre animais e gentes, tambores e discoteca. Por fim, Roberto José Bozzetti Navarro e Edson Pereira Silva retomam o pensamento de Caetano Veloso sobre o Brasil, discutindo a compreensão do Tropicalismo como projétil na discussão “modernização-nacionalismo-cultura-música popular brasileira”, iniciada na década de 1930 entre Villa-Lobos e Mário de Andrade, e interrompida pela ditadura militar nos anos 1960.

Os textos se enroscam no movimento dos caracóis: falando-se de capas, passa-se pela infância; voltando-se à infância, irrompe o exílio; de Caetano como musa, desponta a frátria de amigos como Gil; pensando-se em Bicho ou Transa, imagens voam em capas; cantando-se em inglês, evoca-se o exílio e a prisão; dos mundos lançados no mundo, interpreta-se e projeta-se o Brasil.

Caetano é muito, ou muitos. Sua obra, longa e vasta, compõe a vida de incontáveis pessoas que o ouvem e cantam há décadas. It’s a long way. Ouvir e propor leituras sobre Caetano é reconhecer o profundo de seu legado, vivo muito vivo, em movimentos que nos levam a diferentes pontos, ou ao mesmo, sob outras luzes.

Os caracóis se cruzam como línguas que se roçam. Vamos lamber a língua. Toma essa canção como um beijo.

Sobre os autores: 

Aïcha Barat é doutora em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio; mestre em História da Arte Contemporânea pela Paris I Panthéon-Sorbonne; e possui licenciatura e bacharelado em História da Arte pela Paris I Panthéon-Sorbonne. Atua como pesquisadora, curadora e produtora para mostras, exposições e eventos culturais. Em 2022 integrou a equipe de curadoria da mostra Ecos de 1922 – Modernismo no Cinema Brasileiro (CCBB – SP, RJ e BSB). Desde 2020 trabalha como editora na Cobogó, editora de livros de arte e cultura com sede no Rio de Janeiro.

Chris Fuscaldo é jornalista, escritora, pesquisadora musical e cantautora, com mestrado e doutorado em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio, com orientação do prof. Dr. Júlio Diniz; é autora dos livros Discobiografia Legionária (2016, Ed. LeYa), em que conta a história da Legião Urbana através de seus álbuns, o bilíngue Discobiografia Mutante: Álbuns que Revolucionaram a Música Brasileira (2018, Garota FM Books), sobre Mutantes, que lhe rendeu o troféu Prêmio Profissionais da Música e o lançamento de sua própria editora, e Viver é melhor que sonhar: Os últimos caminhos de Belchior (2021, Ed. Sonora), sobre os dez últimos anos de vida do cantor e compositor cearense. Em 2021, assumiu a direção do selo editorial Niterói Livros, da Fundação de Arte de Niterói / Secretaria das Culturas de Niterói (RJ). Em 2022, assinou a curadoria do museu O Ritmo de Gil no Google Arts & Culture e segue atuando como editora na Garota FM Books.

Edson Pereira Silva é doutor em Genética pela University of Wales-Swansea, com pós-doutorado em Genética Molecular pela mesma universidade. Atualmente é professor associado da Universidade Federal Fluminense. Atua principalmente nos seguintes temas: genética molecular, conservação, bioinvasão, teoria evolutiva, epistemologia e ensino. Participa dos grupos de pesquisa Interferências, Literatura & Ciência (Letras UFF) e Literaturas, Linguagens & Contextos (Letras UFRuRJ). Publicou o livro de poemas marEmoto em 2018 pela Editora TextoTerritório.

Ênio Bernardes de Andrade (Enzo Banzo) é doutor em Estudos Literários pela Universidade Federal de Uberlândia, com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Possui mestrado em Estudos Literários e graduação em Letras pela UFU. Com o nome artístico Enzo Banzo, é integrante da banda Porcas Borboletas, com a qual lançou, quatro discos, apresentou-se em quase todos os estados brasileiros e no exterior, e dividiu palco com artistas como Arrigo Barnabé, Arnaldo Antunes, Paulo Miklos, Otto e Tulipa Ruiz. Em carreira solo, lançou dos discos Amor de AM, em 2021, e Canção Escondida, em 2017, no qual musicou poemas de Camões, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski e Alice Ruiz, entre outros. Como escritor, publicou os livros de poemas Copo de Sede (com Paula Lice,  Duna, 2021) e Poesia Colírica (Letramento, 2014), além de escrever a coluna “Crônicas do Diário”, no jornal Diário de Uberlândia, desde 2018.

Júlio Cesar Valladão Diniz é doutor em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela Universidad de Salamanca, Espanha. Foi diretor do Departamento de Letras da PUC-Rio, onde é professor associado na Área de Estudos de Literatura. Desde 2016 exerce a função de decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH). Realiza consultorias e coordena projetos para instituições públicas e privadas, ONGs e empresas. Publicou inúmeros artigos, ensaios e livros no Brasil e no exterior. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro (2004-2006), é curador do Museu Boulieu em Ouro Preto, assessor da Diretoria de Relações Internacionais da Capes e bolsista de produtividade do CNPq.

Leonardo Davino de Oliveira é doutor em Literatura Comparada e professor associado de Literatura Brasileira na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Procientista Uerj/Faperj. Desenvolve pesquisa sobre poesia e vocoperformance. É autor do blog Lendo canção (lendocancao.blogspot.com). E autor dos livros Canção: a musa híbrida de Caetano Veloso (2012); De Musas e Sereias: a presença dos seres que cantam a poesia (2021), prêmio Oswald de Andrade, gênero ensaio, da União Brasileira de Escritores RJ; e Domingou Apandemia  (2022). Além de coorganizador e autor dos livros Palavra cantada: estudos transdisciplinares (2014); Conversas sobre literatura em tempos de crise (2017); Bioescritas/biopoéticas: pensamento em trânsito (2018); Poesia Contemporânea: crítica e transdisciplinaridade (2018); Literatura brasileira em foco VIII: outras formas de escrita (2018) e Literatura brasileira em foco IX: representação e autorrepresentação (2022).

Márcia Fráguas é doutoranda em Teoria Literária e Literatura Comparada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj),  bacharela e licenciada em História pela Universidade de São Paulo (2016) e mestra em Literatura Brasileira (2021) pela Universidade de São Paulo (USP) com a dissertação It's a long way: poética do exílio na obra de Caetano Veloso (1969-1972). Graduada em Psicologia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2002), com especialização lato sensu em Cinema pela PUC-MG (2004). Trabalha com crítica e ensaio, tendo colaborado com diversas publicações, entre elas Revista Opiniães (USP), da qual fez parte do corpo editorial, Suplemento Pernambuco, Revista Lamella, entre outras. Participou como criadora de conteúdo nos podcasts Desafinados, sobre comportamento e cultura e  Musicodália, de entrevistas com profissionais da música.

Mateus Baldi é escritor e jornalista. Mestre em Letras na PUC-Rio, pesquisa a obra de Caetano Veloso. Seu projeto, orientado pelo professor Dr. Julio Diniz, se chama Varrer o horizonte: o Transa de Caetano Veloso como um disco-mapa do Brasil. Criou a Resenha de Bolso, voltada para a crítica de literatura contemporânea. Foi colunista da revista Época, para a qual organizou três edições literárias. É autor de Formigas no Paraíso, publicado em 2022 pela editora Faria e Silva, e organizador da antologia Vivo muito vivo, publicada pela editora José Olympio, na qual 15 autores escreveram ficções a partir de músicas de Caetano, para celebrar seus 80 anos.

Rafael Julião é professor, poeta e pesquisador da literatura e da canção popular brasileiras. Fez a graduação em Letras na Uerj, onde também concluiu o mestrado (sobre Cazuza) e o doutorado (sobre Caetano Veloso). Essas pesquisas deram origem a seus livros Infinitivamente pessoal – Caetano Veloso e sua verdade tropical (2017) e Cazuza – Segredos de liquidificador (2019). No campo da poesia, é autor dos livros Terra (2014) e Sereias do hospício (2022). Atualmente participa de um grupo de pesquisas interuniversitário sobre o desbunde nos anos 1970 e os diálogos entre corpo, cidade e canção.

Roberto Bozzetti é doutor em Letras pela UFF, com tese sobre Paulinho da Viola. É professor associado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), atuando nas áreas de Teoria da Literatura, Literatura Brasileira, Poéticas da canção popular, Poesia e política.  Participa do grupo de pesquisa Literatura, Linguagens e Contextos (UFRRJ). Tem três livros de poesia publicados.

***

 

Edição: 1

Ano: 2023

Assunto: Literatura Nacional – Ensaios – não-ficção 

Idioma: Português

País de Produção: Brasil

ISBN: 

Peso: 0,280 kg

Nº de Páginas: 187

Capa e projeto gráfico: Osvaldo Piva 

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